segunda-feira, 2 de julho de 2012

Bibliografia


As fotos - O crédito das fotos utilizadas aqui nesse blog são do fotógrafo Roque Medeiros;
A poesia de José Bonfim,intitulada Nazaré foi extraída do livro Mural Literário,coletânea de poesias,contos,crônicas ,organizado e editado por Carlos Silveira,das Edições  Kouraça.

Coletâneas

 

Essa seção é para registrar poesias  de poetas e  artistas nazarenos.Aqui irei apresentar trabalhos de poetas da velha e nova geração .Iniciarei prestando homenagem ao poeta José Bonfim,da velha geração,cuja poesia é intitulada Nazaré.

Nazaré

Minha gleba natal!Minha terra querida,
Onde os olhos abri para as lutas da vida!
eu venero e bendigo o teu nome sagrado,
Num protesto de fé,num sonho sublimado!
Amo a luz do teu sol,vibrante,americano,
O teu céu majestoso,o teu rio cigano,
Os teus campos florindo e as tuas montanhas,
Como um rude tropel de figuras estranhas .

Em teu seio nutriz eu despertei,um dia,
Para as lidas do amor e da melancolia;
Conheci a esperança amiga e prazenteira;
E verti,em mudez,a lágrima primeira.
Como é bom  recordar o tempo de criança,
Portador de ilusão,de graça e bonança,
Como é grato evocar a quadra de menino,
Em que andava a brinca,em franco desatino!

Era o gênio do mal,tremendo furação,
Pela tua floresta,em plena agitação,
Espantando no espaço os mansos passarinhos,
Derrubando por terra os delicados ninhos.
Quantas vezes corri  atrás das borboletas,
Como um bobo de circo a fazer piruetas!
Quantas vezes também pelas tarde de estio.
Mergulhei no lençol das águas do teu rio!

És a terra  da luz,da paz e do trabalho,
Onde vibra o arado e repercute o malho,
Onde o forte operário,ardente de ufania,
Consegue conquistar o pão de cada dia!
O teu solo produz,entre penhascos brutos,

Audaz palpitação de flores e frutos,
E flameja em teu céu,coberto de ouropéis,
A fumaça que sai de grossas chaminés!
Não tens a ostentação das cidades malditas.
Onde a fome persegue multidões aflitas!

Não tens o vendaval das lutas de opressão.
Maculando o ideal,sufocando a razão!
És modesta e gracil como um lírio  orvalhado,
Como a flor da manhã,de brilho imaculado;
As virtudes cristãs,descendo do infinito,
Encontraram guarida em teu solo bendito...

Nazaré!Nazaré!Meu berço e sepultura,
Meu jardim de ilusão e minha cova escura!
Eu conheço o valor da tua nobre história,
Palpitante de amor,de civismo e de glória!
Na vertigem cruel do século presente,
Em que o mundo se torna agitado e descrente,
Lanço a vista,afinal,pelo céu claro-escuro,
Como um louco a sonhar com o teu grande futuro.

Conto de São Roque dos Milagres





Conta-se que há muito tempo atrás veio um caminhante da roça para a cidade de Nazaré carregando uma imagem de São Roque,seu santo de devoção. Esse homem  vinha acompanhado por seu acompanhante,pois era cego.Cansado,com sede,sentou-se ao chão e clamou por um pouco d'água a seu acompanhante,que olhou em volta e nada encontrou.Muito cansado,o caminhante arriou a imagem de São Roque no chão e começou a clamar por um pouco d'água,foi quando seu acompanhante viu um filete de água escorrendo debaixo dos pés da imagem de São Roque que ele utilizou para mitigar sua sede.Então,o caminhante deixou ali a imagem do santo (São Roque) e começou a devoção naquele lugar.A partir daquela data o local passou a ser utilizado como ponto de peregrinação de várias pessoas em busca de um milagre.Foi aí então que começou a ser construída a Igreja de São Roque dos Milagres.
Muitas pessoas foram curadas pelas águas dos Milagres de São Roque,inclusive eu que fui curada das minhas pernas.
(Depoimento dado por Railda do BaVi).

Hino a São Roque



Ó São Roque
A tua glória perenal
Junto a Deus lá no céu todo em luz
Volvei os olhos queridos sobre a terra
Dai-nos paz pelo amor de Jesus

Os devotos do teu culto sublime
Suaviza ó São Roque paternal
As algemas,torturas dessa vida
Na crença do teu culto universal

Festejamos nesta igreja gloriosa
O novenário da tua devoção
Agradecemos fervoroso teu milagres
Com as rosas da eterna gratidão

Ó São Roque
A tua glória perenal...

Pede a Deus que perdoe as nossas faltas
Ó São Roque desta igreja o Padroeiro
E derrama vossas bênçãos sacrossantas
Ao altivo povo brasileiro

Ó São Roque
A tua glória perenal...

Imagem de São Roque


Festejos a São Roque

Pedra da Moça





Conta-se que um homem,um príncipe negro que veio fugido da África,seu país de origem, trouxe consigo uma pequena pedra nas mãos;ele a escondia de tudo e de todos,sempre com medo de que alguém a visse e a tocasse,porque se outra pessoa tocasse na pedra ela perdia o encanto e não lhe serviria para mais nada.
A pedra era um amuleto sagrado,quando ele queria se comunicar com seu pai,ele apertava a pequena pedra com as duas mãos e a energia cósmica contida naquela pedra transmitia uma ponte de comunicação entre pai e filho lá na África.Mas um dia,ele perdeu a sua pedra,talvez ele tivesse tomando banho no rio Jaguaripe,ou lavando alguns trapos de suas roupas.O certo foi que a pedra caiu bem ali na ponta daquela ilha,no meio do rio.O tempo foi passando e a pequena pedra  foi crescendo,crescendo,crescendo encantadoramente.
Nas noites de lua cheia os pescadores de camarão não se cansava de ver uma linda moça,sentada sobre a imponente pedra e quando um pescador tentava se aproximar,a moça fugia,como uma estrela cadente.
A pequena pedra cresceu tanto,que hoje menos de vinte homens não consegue abraçá-la.